Algumas das frases mais ouvidas por mim sobre este assunto são: “Tenho o meu pénis com alguma curvatura que me impede de ter relações”, “Para além disso não fica com a rigidez necessária”.
A grande maioria dos homens pensam que o seu problema é único, que é grave e que, muito provavelmente, jamais terá solução. Nunca ouviram ninguém falar de tal problema, nem no balneário do futebol, no clube das cartas, em lado nenhum! E, infelizmente, sofrem tanto o Homem como a Mulher, o Casal, em silêncio… Afetando a vida de relação, a vida conjugal. Este problema pode, inclusivamente, comprometer a sua actividade sexual por completo.
A sexualidade masculina continua, mesmo nos dias de hoje, envolta de mitos e tabus, apesar do progresso cultural que a sociedade portuguesa tem vivido nas últimas décadas. O principal tabu é a disfunção eréctil e a dificuldade que ainda persiste na busca de ajuda e aconselhamento médico. Contudo, existem várias patologias muitas vezes associadas à disfunção eréctil que, embora "benignas", podem estar na gênese e agravamento da própria disfunção eréctil.
Neste âmbito, a curvatura peniana surge como uma patologia frequente e que ainda se encontra algo "escondida" nos receios e vergonha dos pacientes. Existem 2 tipos de curvaturas penianas mas, na maioria dos casos, estamos a tratar da curvatura peniana adquirida (Doença de Peyronie). Trata-se de uma curvatura peniana adquirida em determinada fase da vida do homem, geralmente, por traumatismo ou microtraumatismos durante o acto sexual. Afecta, principalmente, homens com mais de 40 anos de idade. Esta doença de Peyronie também é conhecida pelo nome de fibroesclerose cavernosa. É uma doença benigna do pénis caraterizada pelo aparecimento de áreas de endurecimento na albugínea cavernosa que podem determinar o aparecimento de encurvamento peniano e disfunção eréctil. Quando existe, o encurvamento é apenas detectável quando o pénis está em erecção.
Os mesmos tabús culturais e sexuais que levaram a que, durante muitos anos, os homens não se queixassem desta doença, fazem com que ela seja quase desconhecida e que mais de 50% dos doentes só recorram ao médico quando ela já atinge fases avançadas.
Uma avaliação clinica atenta e minuciosa por parte do urologista permite, dependendo da fase em que a doença se encontra, delinear um tratamento personalizado para cada paciente. Existem tratamentos médicos e cirúrgicos para esta doença com diferentes taxas de sucesso, pelo que, o planeamento da melhor abordagem terapêutica para cada doente é uma peça chave no seu sucesso.
“É parte da cura o desejo de ser curado.”
Sêneca
